Após mais de um ano jogando no Mangueirão, o Remo retornou ao Estádio Evandro Almeida, o Baenão, para enfrentar o Atlético-GO pela 27ª rodada da Série B. A volta para casa, no entanto, veio acompanhada de polêmica: o preço dos ingressos desagradou parte da torcida.
O valor de R$ 80 cobrado pela diretoria azulina para a partida foi o mais alto praticado pelo clube nesta Série B, superando inclusive o clássico contra o Paysandu. A quantia gerou críticas nas redes sociais, com torcedores questionando a política de preços.
Em comparação com a última partida do Remo no Baenão pela Série B, contra o Confiança-SE em 2021, o aumento foi significativo. Naquela ocasião, o ingresso custava R$ 60. O reajuste de 33,3% supera a inflação acumulada no período, que foi de 18,27%.
O valor de R$ 80 também é maior do que os R$ 50 cobrados no Re-Pa deste ano, também pela Série B. O custo impacta diretamente o bolso do torcedor: uma família de três pessoas desembolsa R$ 240 apenas em ingressos, sem considerar gastos com transporte e alimentação.
Para o torcedor Alex Mafra, o preço demonstra falta de consideração com a torcida e representa uma segregação de classes. “Um absurdo cobrar um valor desse, levando em consideração a renda per capita do trabalhador assalariado no Brasil”, declarou. Ele classifica a situação como “apartheid futebolístico”, argumentando que o acesso ao estádio se tornou um artigo de luxo.
O Baenão tem capacidade para 14 mil pessoas, menor que o Mangueirão. Mafra reconhece a necessidade de arrecadação, mas critica a dependência da bilheteria como principal fonte de receita. Ele sugere que o clube busque outras fontes de renda, como estratégias de marketing e novos patrocinadores.
Segundo o torcedor, o Baenão seria mais adequado para competições de menor porte, como o Campeonato Paraense e fases iniciais de copas. Para o Campeonato Brasileiro, a escolha do local de atuação deveria considerar o desempenho do clube na competição, avaliando a demanda de público.
Fonte: www.oliberal.com