Uma vasta operação policial, denominada “Vila do Conde”, foi deflagrada nesta terça-feira, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional envolvida em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A ação resultou no cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão em diversos estados: São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal de Belém.
As investigações tiveram início após a apreensão de 458 kg de cocaína no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, Região Metropolitana de Belém, ocorrida em 9 de fevereiro de 2021. A droga estava escondida em uma carga de quartzo que seria enviada para o Porto de Rotterdam, na Holanda.
A operação identificou os membros da organização criminosa, revelando a estrutura logística utilizada para o envio de cocaína para a Europa. Os agentes também descobriram um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas fictícias e investimentos em negócios formais, como restaurantes e outros serviços.
Na capital paulista, foram realizadas buscas em 11 endereços, incluindo dois locais ligados à escola de samba Império de Casa Verde. Mandados também foram cumpridos em outras cidades do estado de São Paulo, como Guarujá, Leme, Sorocaba, Embu das Artes, Praia Grande e Caieiras.
Além das prisões e buscas, a Justiça determinou o sequestro e a indisponibilidade de bens, direitos e valores que podem chegar a R$ 291,5 milhões, atingindo tanto os suspeitos quanto as empresas envolvidas no esquema.
Entre os presos, está o presidente da escola de samba Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Alexandre Constantino Furtado, conhecido como “Teta”. Furtado é apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Império de Casa Verde informou, em nota, que seu departamento jurídico está acompanhando o caso, mas que ainda não há informações concretas sobre o teor completo da ação ou os envolvidos. A escola reafirmou seu compromisso com as instituições e a legalidade, prometendo transparência assim que houver dados verificáveis.
A operação contou com o apoio da Polícia Militar de São Paulo e da Receita Federal. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) é composta pela Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo e Secretaria Nacional de Políticas Penais.
Fonte: www.oliberal.com