Em uma reflexão profunda sobre os perigos da riqueza, o padre Cláudio Pighin celebrou missa na sede do Grupo Liberal, neste domingo. O foco central da homilia foi a parábola do rico e Lázaro, extraída do Evangelho de Lucas, que serve como um alerta sobre a ilusão de que bens materiais garantem a salvação. Segundo o padre, a mensagem crucial é a necessidade de reconhecer e acolher a realidade do próximo, especialmente daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade.
A parábola narra a história de um homem abastado, imerso no luxo e na ostentação, e Lázaro, um mendigo coberto de feridas que buscava, sem sucesso, saciar sua fome com os restos da mesa farta do rico. Após a morte, Lázaro é acolhido por Abraão, enquanto o rico enfrenta sofrimento. Em desespero, o rico implora a Abraão que envie Lázaro para amenizar sua dor.
Diante da recusa, o rico solicita que Lázaro alerte seus cinco irmãos sobre o destino que os aguarda, para que evitem o mesmo sofrimento. Abraão responde que eles já possuem Moisés e os Profetas como guias. O rico insiste que um milagre, como a ressurreição de alguém, seria suficiente para convencê-los. No entanto, Abraão conclui que, se eles não ouvirem as Escrituras, nem mesmo um milagre os fará acreditar.
Padre Cláudio Pighin enfatizou que a mensagem divina busca abrir os olhos da humanidade para os riscos da riqueza, que pode cegar as pessoas, impedindo-as de perceber a verdadeira realidade. “A parábola de Lázaro não representa um conflito entre pobre e rico, mas sim a incapacidade do rico de se salvar. Ele era uma pessoa correta, que não maltratava o pobre à porta de sua casa, mas não conseguia reconhecer, ver a realidade daquele homem”, explicou o sacerdote.
“O rico não foi capaz de ir ao encontro de Lázaro. Isso nos mostra que a riqueza pode obscurecer nossa visão, nossa percepção da realidade. Para evitar essa cegueira, é fundamental ouvir a palavra de Deus. As Sagradas Escrituras nos ajudam a reconhecer e a vivenciar uma verdadeira relação de justiça e solidariedade entre as pessoas, entre ricos e pobres, entre aqueles que são diferentes”, acrescentou.
De acordo com o padre, a escuta das Sagradas Escrituras é essencial para sustentar essa relação. “Podemos aplicar essa reflexão até mesmo aos países ricos, que muitas vezes não reconhecem a realidade dos países pobres. Existem diversas conotações políticas e econômicas que permanecem ignoradas, justamente por causa da riqueza. Essa riqueza impede o reconhecimento da realidade do outro”, analisou Pighin.
A missa no Grupo Liberal é uma tradição aberta à comunidade, realizada todos os domingos, às 11h. A celebração é conduzida pelo padre Cláudio Pighin, que também dirige a Escola de Comunicação Papa Francisco. O encontro ocorre na avenida Rômulo Maiorana.
Fonte: www.oliberal.com
