O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reuniu-se em Brasília com o governador do Piauí, Rafael Fonteles, e com os secretários de segurança pública dos nove estados que compõem o Consórcio Nordeste. O encontro teve como foco central a discussão de medidas para fortalecer a integração e intensificar o combate ao crime organizado em todo o país.

Lewandowski enfatizou a importância da lealdade entre os entes federativos e reiterou seu respeito à autonomia dos estados e municípios em matéria de segurança pública. No entanto, ele ressaltou que a colaboração plena é essencial para combater eficazmente as facções criminosas. “Sem uma troca de informações, sem um intercâmbio de dados acerca da criminalidade, não há combate efetivo”, declarou o ministro. Ele expressou o desejo de unir os estados membros da Federação Brasileira em torno do tema da segurança pública, sempre respeitando a diversidade e a atuação de governadores, estados e municípios.

O governador Rafael Fonteles compartilhou um exemplo concreto de sucesso na integração entre as forças de segurança, mencionando a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, que desmantelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do PCC. Segundo Fonteles, os criminosos se infiltravam na economia formal, especialmente no setor de combustíveis.

O governador explicou que, com base nas informações compartilhadas sobre a atuação do crime organizado em São Paulo, foi possível deflagrar outra operação no Piauí, que resultou na interdição de 31 postos de combustíveis ligados ao esquema criminoso. “A Operação Carbono-Oculto demonstra que, com integração e com inteligência, a gente pode estar à frente do combate à criminalidade, asfixiando sobretudo o poder financeiro dessas organizações que não estão apenas no tráfico de drogas, [mas] entram em setores da economia real com aparência de legalidade, como é o caso do setor de combustíveis”, afirmou Fonteles.

Tanto Lewandowski quanto Fonteles manifestaram o desejo de unir forças para aprimorar a legislação penal e fortalecer a integração entre as forças de segurança. O governador do Piauí declarou seu apoio à PEC da Segurança Pública e ao projeto de lei anti-facção, ao mesmo tempo em que se posicionou contrário à classificação do crime organizado como terrorismo.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br