O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou uma proposta inovadora para mapear as áreas verdes urbanas no Brasil. O projeto, de caráter experimental, visa desenvolver uma metodologia que possa ser aplicada em todo o território nacional. Para testar a proposta, foram selecionadas duas cidades com características distintas: Guarulhos, em São Paulo, e Palmas, no Tocantins. A escolha se baseou nas diferenças regionais, tanto em termos de formação das cidades quanto de clima e vegetação.
Segundo técnicos do IBGE, o objetivo é avaliar a aplicabilidade da metodologia em diferentes contextos e, a partir do feedback de pesquisadores, gestores e outros interessados, propor um modelo que possa ser utilizado em todo o Brasil. A pesquisa adota a definição de áreas verdes urbanas do Código Florestal Brasileiro, que considera áreas públicas ou privadas com vegetação (natural ou recuperada) com destinação diferente de loteamentos e moradias no planejamento urbano. A classificação segue a proposta do Ministério do Meio Ambiente e de Mudança do Clima, que contempla diferentes tipos de áreas verdes, como parques, praças e canteiros.
A metodologia considerou uma delimitação que segue o padrão internacional da ONU-Habitat, pautado em densidade demográfica e tamanho da população em áreas contínuas. Dados de cartografia colaborativa, que indicam a presença de áreas verdes diversas, foram utilizados como insumos para identificação preliminar, cruzados com imagens de satélite para verificar a presença de vegetação.
Em Guarulhos, foram identificados 7.096,37 hectares de áreas verdes urbanas, representando 45% das áreas urbanizadas do município, considerando uma área de 800 metros em torno do centro urbano. Ao considerar apenas as áreas verdes intraurbanas, o tamanho se reduz para 6.036,73 hectares, correspondendo a 38% das áreas urbanizadas.
Já em Palmas, o total de áreas verdes urbanas foi de 5.137 hectares, considerando a área de mapeamento com o entorno de 800 metros do centro urbano, representando 49,11% do total de áreas urbanizadas da cidade. Na área intraurbana, as áreas verdes somam 977,99 hectares, representando aproximadamente 10% da mancha urbanizada do município. A diferença significativa entre as áreas intraurbanas e periurbanas em Palmas se deve à presença de extensas matas ciliares de rios tributários ao Rio Tocantins, que cruzam a cidade e não são consideradas áreas urbanizadas. O IBGE pretende aprimorar o mapeamento, utilizando-o como base para treinar algoritmos de inteligência artificial, visando uma atualização mais automatizada no futuro.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
