Em celebração ao Dia da Árvore, o Parque Estadual do Utinga, em Belém, revela a importância da preservação e a curiosidade de suas espécies. Entre elas, destacam-se o breu-branco, a quaruba-papel e a samaúma, cada uma com características e histórias singulares.
Diego Barros, arborista e guia de trilhas com 17 anos de experiência no parque, compartilha seu conhecimento sobre a Área de Proteção Ambiental que abriga os dois principais lagos responsáveis pelo abastecimento da cidade. “Dentro do parque, possuímos muitas árvores de interesse e beleza cênica, flores deslumbrantes e apelo histórico”, relata. Ele cita a samaúma, a “rainha da floresta”, além de seringueiras, breu-branco e outras árvores de grande importância cultural e histórica para a região.
Durante as trilhas, Barros apresenta o breu-branco, planta medicinal nativa da Amazônia, cuja resina é utilizada na composição de perfumes e no tratamento de problemas respiratórios como bronquite, sinusite e asma. “Essa resina tem um poder medicinal absurdo. A Natura a tornou famosa com a criação de uma colônia chamada Breu Branco”, explica.
Outra atração é a quaruba-papel, conhecida como a “árvore dos desejos”. De acordo com uma lenda local, ao retirar uma lasca da casca da árvore, o tamanho da lasca representa a dimensão do desejo. A pessoa medita sobre o pedido, guarda a lasca em um local seguro e espera que o desejo se realize.
As árvores do parque desempenham diversas funções, desde a pesquisa científica até a regulação do microclima, servindo de abrigo para a fauna e flora local, além de impulsionarem o ecoturismo. O Ideflor-Bio, responsável pela preservação e monitoramento da área, enfrenta o desafio de manter as árvores protegidas, combatendo a exploração ilegal de madeira e garantindo o uso sustentável do parque.
O Parque Estadual do Utinga oferece um programa de recepção para escolas, pesquisadores e universidades, além de visitas gratuitas para a população. Estudantes participam de atividades de educação ambiental, aprendendo sobre a importância do parque para o abastecimento de água de Belém.
Atualmente, o parque não possui áreas desmatadas e toda a extensão foi regenerada com plantio planejado pelo Ideflor-Bio. A fiscalização tem reduzido drasticamente a ocorrência de crimes como a extração ilegal de madeira.
Barros enfatiza a importância da colaboração da população na preservação das árvores urbanas: “A população tem um papel fundamental na manutenção das árvores, evitando pregar objetos nelas, jogar lixo no pé da planta ou cimentar a base da árvore. Ambientes com árvores urbanas possuem um clima diferente e um vento diferente. Quando as perdemos por falta de cuidados, todos perdem”.
Fonte: www.oliberal.com