O Ministério das Relações Exteriores expressou, nesta terça-feira, seu veemente repúdio à ameaça dos Estados Unidos de impor sanções econômicas ou utilizar a força contra o Brasil. A declaração do Itamaraty surge em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus, acusados de envolvimento em uma trama golpista.

Em nota oficial, o governo brasileiro enfatizou que não tolerará qualquer tipo de interferência externa na soberania nacional. O comunicado destaca a importância da defesa da democracia e do respeito à vontade popular expressa nas urnas, ressaltando que os Três Poderes da República não se deixarão intimidar por tentativas de atentado à soberania. O governo manifestou repúdio à instrumentalização de governos estrangeiros por forças antidemocráticas com o objetivo de coagir as instituições nacionais.

A reação do Itamaraty ocorreu após declarações da secretária de imprensa da Casa Branca, que mencionou a liberdade de expressão como prioridade máxima para o governo dos EUA, citando o julgamento de Jair Bolsonaro. A porta-voz afirmou que o presidente americano não teme usar o poderio econômico e militar para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso, criticou a atitude daqueles que buscam o apoio estrangeiro para prejudicar o Brasil. A ministra de Relações Institucionais também se manifestou, classificando como inadmissível a “conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil” e a ameaça de invasão para livrar o ex-presidente da prisão.

Enquanto a polêmica se intensifica, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento de Bolsonaro e dos demais acusados. Os ministros já proferiram votos favoráveis à condenação. A sessão foi suspensa e será retomada para conclusão do julgamento.