Mais da metade da população do Pará com 10 anos ou mais, precisamente 50,4%, mantinha uma união conjugal no período da coleta de dados do CENSO 2022. Este índice é ligeiramente inferior à média nacional, que se situa em 51,3%.
Dentro deste grupo, a união consensual, caracterizada pela convivência sem o registro formal civil ou religioso, sobressai como a forma predominante de união no estado. Ela abrange 55,7% dos casais paraenses, um número significativamente superior à média brasileira de 38,9%. Este cenário posiciona o Pará como o quarto estado com maior prevalência de uniões consensuais no país.
O município de Santa Cruz do Arari ganhou destaque em âmbito nacional, apresentando um índice de 81,3% de uniões de natureza consensual, figurando como o terceiro maior percentual entre todos os municípios brasileiros.
Essa tendência de crescimento nas uniões consensuais reflete as mudanças comportamentais observadas na sociedade brasileira, onde as formalizações civis e religiosas têm perdido espaço para as uniões não formalizadas. Contudo, é importante ressaltar que as uniões consensuais podem ser registradas em cartório, embora nem sempre o sejam.
A análise por faixa etária revela que a união consensual é particularmente comum entre os mais jovens no Pará, em comparação com o restante do país. Na faixa etária de 20 a 29 anos, 26,1% viviam nesse tipo de união, contrastando com os 8,5% observados no Brasil. Entre adolescentes de 10 a 19 anos, o percentual atinge 3,9% no estado, superando a média nacional de 0,3%. O maior percentual no estado está entre pessoas de 30 a 39 anos, faixa em que 29,6% vivem em união consensual, enquanto no Brasil, esse valor é de 20,8%.
A relação entre o tipo de união e o rendimento também evidencia diferenças significativas. Entre os paraenses com rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo, 64,9% vivem em união consensual. Em contrapartida, entre aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos, esse percentual diminui para 29,2%.
Os dados do CENSO também indicam que as uniões formalizadas, sejam elas civis, religiosas ou ambas, têm perdido espaço ao longo das últimas décadas. Em 2000, 27,4% das uniões no Pará eram casamentos civis e religiosos; em 2022, esse percentual recuou para 22,1%. O casamento apenas civil teve um leve decréscimo, passando de 17,0% para 16,7% no mesmo período, enquanto o casamento apenas religioso caiu de 9,6% para 5,5%.
O IBGE também apurou que o Pará apresenta uma proporção maior de pessoas que nunca vivenciaram uma união conjugal. Aproximadamente 32,7% dos indivíduos com 10 anos ou mais no estado nunca estiveram em uma união, um índice superior à média nacional de 30,2%.
O CENSO 2022 identificou 31.297 pessoas em uniões homoafetivas no Pará, representando cerca de 0,9% das pessoas em união conjugal no estado.
Fonte: www.oliberal.com