A unha de caranguejo, um petisco típico do Pará, destaca-se na culinária local como um símbolo de identidade cultural e tradição. Semelhante à coxinha, mas com um recheio singular de carne de caranguejo desfiada e temperada, o salgado é coberto por uma massa macia, empanada e frita, finalizado com uma pata do crustáceo espetada. Nas ruas de Belém, a cena de alguém saboreando essa iguaria é comum, representando o orgulho regional.

Popular em toda a região Norte, especialmente em Belém, a unha de caranguejo tornou-se um cartão de visitas da culinária paraense. Com a proximidade da COP 30, evento que atrairá visitantes de diversos países à capital paraense, a expectativa é que o salgado conquiste também paladares estrangeiros.

Maurício Andrade Façanha, proprietário de um ponto tradicional onde a unha de caranguejo é servida, define a iguaria como “a cara de Belém”. Segundo ele, a unha de caranguejo é um símbolo da cidade, um marcador cultural que transcende o simples ato de comer. Para muitos belenenses, saborear uma unha de caranguejo é uma experiência que conecta com a memória coletiva e a tradição transmitida através de gerações.

O preparo da unha de caranguejo começa na cozinha de produção, onde a massa é temperada e preparada para receber o recheio. A receita da massa varia, incluindo combinações de macaxeira, batata e trigo. Após rechear e fechar, a patinha é adicionada para segurar a iguaria. O tempo de preparo depende da qualidade da massa e do recheio de caranguejo.

No momento de saborear a unha de caranguejo, a pimenta é indispensável para muitos. A iguaria deve ser comida com as mãos, um ritual conhecido por todo belenense.

Carlos Fonseca, proprietário de outro estabelecimento tradicional, destaca a praticidade da unha de caranguejo e sua ligação com os produtos da Amazônia. Ele explica que o preparo é similar ao de uma coxinha, mas com diferenças importantes. A massa é feita com uma mistura de trigo, batata, leite e temperos, enquanto o recheio de caranguejo é refogado com azeite e temperos. A iguaria é empanada com farinha Panko e frita em óleo de algodão para um resultado crocante.

Para Davi Dias de Assunção, advogado de 39 anos, a unha de caranguejo é parte da sua vida e traz memórias da infância. Cristiano Ximenes, que trabalha no setor administrativo, também compartilha dessa ligação emocional, considerando a iguaria irresistível e associando-a a festas juninas e momentos culturais. Para ele, o ritual de consumo inclui pimenta e molho por cima, um estilo tipicamente paraense.

Fonte: www.oliberal.com